Hospitais da CUF recuam e retomam convenção com a ADSE

José de Mello Saúde justifica a decisão com o facto de a ADSE ter prometido apresentar uma nova tabela de preços para entre em vigor até final de Junho, permitindo “superar as dificuldades” que tinham levado ao anúncio da suspensão das convenções a partir de meados de Abril.

A José de Mello Saúde, dona da rede de hospitais CUF, recuou e vai retomar a convenção com a ADSE (sistema da assistência na doença dos aposentados e funcionários do Estado). A decisão foi comunicada aos trabalhadores do grupo através de um comunicado interno e significa que os beneficiários da ADSE poderão continuar a recorrer a estes hospitais ao abrigo das convenções, depois de terem anunciado que deixariam de trabalhar nestes moldes a partir de meados de Abril.

 “Foi retomada a normal execução da convenção em todas as unidades de saúde da rede CUF, significando, na prática, que os beneficiários da ADSE poderão voltar a fazer marcações e utilizar os serviços destas unidades, para além do dia 12 de Abril, ao abrigo do regime convencionado”, lê-se no comunicado interno a que o PÚBLICO teve acesso e que é assinado pelo presidente do conselho de administração do Grupo, Salvador de Mello.

A José de Mello Saúde justifica o recuo com o facto de “nas últimas semanas” terem sido “iniciadas conversações com a ADSE com vista a superar as dificuldades que estiveram na origem da ameaça de este grupo – assim como outros grupos de saúde privados – denunciar as convenções com a ADSE. A expectativa é que até final de Junho seja possível publicar uma nova tabela de preços que acabe com as regularizações.

“Apesar das diferenças que ainda separam ambas as entidades, a José de Mello Saúde reconhece o empenho que o conselho directivo da ADSE e as suas tutelas têm colocado no progresso destas conversações”, refere o comunicado interno.

Segundo a José de Mello Saúde, a ADSE “confirmou que irá apresentar, ainda durante o mês de Março, uma proposta de nova tabela para entrar em vigor até ao final de Junho, removendo a imprevisibilidade e eliminando a regra das regularizações”.

O grupo liderado por Salvador de Mello assegura que tem colaborado na construção dos critérios “que permitam funcionar num regime de equilíbrio e previsibilidade até à introdução de uma nova tabela” e tem a expectativa de que a nova tabela de preços “tenha em consideração a sustentabilidade de todas as partes e contemple a futura correcção monetária pela inflação que se vier justificar”.

Raquel Martins - 13 de Março de 2019, Público