UM DE NÓS Celeste Cruz

“Sinto que consigo ajudar os alunos e fazer a diferença nas suas vidas”

Celeste cruz

Na UMinho, já trabalhou quatro anos como auxiliar de apoio e vigilância na ESE, sete nos Serviços Técnicos e está há sete como assistente técnica, de novo da ESE

Está atualmente envolvida na preparação de laboratórios para as aulas práticas e na realização de funções administrativas

Celeste Cruz numa prova do "Troféu Reitor 2018", no campus de Gualtar, em Braga

Tem 55 anos e nasceu em Braga, onde vive. Trabalha na UMinho há 17 anos, embora tenha tido aí um primeiro e curto “encontro” em 1996. É de boas energias: integra um grupo desportivo dedicado à corrida e está a terminar o 1º ano da licenciatura em Educação.

Teve um primeiro e curto contacto com a Universidade do Minho em 1996.

Sim. A empresa têxtil onde trabalhava fechou e, por isso, inscrevi-me no Centro de Emprego. Felizmente, tive a sorte de ser recrutada pela UMinho, por um período de seis meses. Trabalhei no então Instituto de Educação e Psicologia, prestando apoio à atividade letiva, aos docentes, na distribuição do correio, na vigilância do edifício e no secretariado. Foi o primeiro contacto com o mundo académico. Senti um grande choque na mudança, mas foi extremamente desafiante e cativante e a verdade é que, desde aí, não mudei mais de meio! [sorriso]

Onde trabalhou depois, até regressar em definitivo?

Após esse semestre na UMinho, trabalhei durante oito anos na Escola Secundária de Sá de Miranda, em Braga. Exerci funções de auxiliar de ação educativa, sempre em contacto com os estudantes, apesar de serem de uma faixa etária mais nova. Em 2004, candidatei-me a um concurso público para a Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian, que na altura ainda não estava integrada na UMinho.

O que fazia na altura?

Trabalhei quatro anos como auxiliar de apoio e vigilância da Escola. Nesse período, em 2006 deu-se a integração da Escola Superior de Enfermagem (ESE) na UMinho e, em 2008, com a mudança de instalações da ESE para o Edifício dos Congregados, na Avenida Central, eu fui transferida para os Serviços Técnicos, no campus de Gualtar. Desempenhei funções relacionadas com a gestão de armazém e vigilância da limpeza dos edifícios, o que me permitiu conhecer mais a fundo toda a dinâmica dos vários edifícios da UMinho. Em 2015, através de novo concurso público, desta vez como assistente técnica, voltei à Escola Superior de Enfermagem, já sediada no campus de Gualtar. Continuo a trabalhar na Escola, que tão bem me acolheu no passado e continua a proporcionar um ambiente bom e acolhedor.
Que funções desempenha atualmente?

De entre as várias vertentes do meu trabalho, as mais centrais são a preparação de laboratórios para as aulas práticas, cursos e workshops, organização do stock do armazém da Escola e várias funções administrativas.

Gosta do que faz?

Estou muito contente com o meu trabalho! [sorriso] Não só é dinâmico, como também é extremamente diversificado nas tarefas, nunca caindo em monotonia ou rotina. Além disso, estou em constante contacto com os alunos e sinto que os consigo ajudar e fazer a diferença nas suas vidas! Este aspeto é muito importante para mim e traz-me uma grande sensação de realização pessoal. [sorriso] 

“Tive sempre oportunidades de melhorar ao longo do tempo”

O que a marcou mais ao longo deste tempo?

Foram muito importantes as aprendizagens contínuas que fui adquirindo, em grande parte vindas dos estudantes, que são, efetivamente, o foco da dedicação de todos na UMinho. Para além disso, tive sempre oportunidades de me melhorar ao longo do tempo: frequentei ações de formação, integrei equipas de segurança da UMinho, participei em projetos da Escola e ainda fiz um estágio na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, que me permitiu aprender novas metodologias e acabei por implementá-las na UMinho. Esta constante disponibilidade da ESE em proporcionar-nos evolução e melhoria, e da qual fui sempre tirando partido, é, de facto, extremamente marcante. São possibilidades únicas e considero-as centrais para a minha evolução como profissional.

Foram essas as razões que a levaram a ter vontade de voltar aos estudos?

Para além dessas, há uma outra razão especial e que contribuiu para a decisão. Faço parte de um grupo de desporto, não federado, chamado “Os Turbulentos”, cujo objetivo é levar uma vida saudável e ativa, através da corrida. Como grande parte dos elementos deste grupo trabalha na área do ensino, acabei por me deixar influenciar, através das múltiplas conversas que tecemos, nas corridas, nos encontros e nos convívios. Aos poucos, fui desenvolvendo a vontade de continuar no caminho da aprendizagem e melhoria contínua e, graças a essa boa influência, estou, atualmente, a frequentar a licenciatura em Educação, no regime pós-laboral.

Como se sente enquanto estudante?

É muito interessante passar a experimentar a perspetiva daqueles com quem trabalhei e interagi todos estes anos, os alunos. Sinto que ganhei uma nova perspetiva da UMinho, que compreendo melhor as necessidades e obstáculos que os alunos enfrentam, mas também as oportunidades que a UMinho lhes/nos oferece. Agora conheço ambas as realidades, sinto que as compreendo melhor! [sorriso] Para além disto, sinto muito prazer e harmonia por voltar a ser estudante, especialmente na casa que me acolhe, há quase duas décadas, e uma jovialidade enorme por partilhar este projeto com pessoas mais novas!

O que considera que ainda pode oferecer à ESE e à UMinho?

Espero vir a contribuir ainda mais para o bom funcionamento da Escola, após o término do curso de Educação, tentando implementar algumas ferramentas e práticas que estou a adquirir. Não só vejo a realização do curso como algo importante para a minha realização pessoal, mas como uma nova oportunidade de contribuir e retribuir as possibilidades que me foram dadas durante todos estes anos de trabalho. Numa outra perspetiva, e porque sempre me interessei pela área da sustentabilidade aplicada às vivências do dia-a-dia, gostaria de contribuir para o reforço da UMinho como uma instituição promotora da defesa da natureza e do clima, esperando vir a poder ter um impacto positivo a nível local, mas também global. É um valor cada vez mais essencial no nosso mundo.

   O lado romântico de Celeste

  Um filme. “Oficial e Cavalheiro”, de Taylor Hackford.
  Um livro. “O Código Da Vinci”, de Dan Brown.
  Uma música. “Con te partirò”, de Andrea Bocelli.
  Uma figura. Greta Thunberg.
  Um passatempo. Desporto, sobretudo corrida.
  Uma viagem/um sítio. Nova Iorque, nos EUA.
  Um clube. Sporting Clube de Braga.
  Um prato. Arroz de grelos com filetes de polvo.
  Um momento. Tomar o pequeno-almoço numa esplanada.
  Um vício. Comer! [risos]
  Um sonho. Um mundo mais sustentável.
  Um lema. Preservar para usufruir.
  A UMinho. A Educação é o que fica, quando tudo o resto vai. 

31-05-2021 | Paula Mesquita | Fotos: Nuno Gonçalves

NÓS - Jornal Online da UMinho | nº 106 | maio'2021