"Estou grato a todos os atletas que nos ajudaram a atingir os resultados”

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Anselmo Calais formou-se em Educação Física pela UTAD e trabalha há vinte anos nos Serviços de Ação Social da UMinho

Foi treinador das equipas feminina e masculina de futsal da AAUMinho durante 15 anos

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No mesmo ano, foi eleito Treinador do Ano pela Federação Académica de Desporto Universitário (FADU)

Anselmo Calais

Nasceu em 1971 em Vila Verde, onde vive. Formou-se em Educação Física, uma “escolha fácil e clara”, que o trouxe, em 2002, ao Departamento de Desporto e Cultura dos Serviços de Ação Social da UMinho. Treinou as equipas feminina e masculina de futsal e já foi eleito Treinador do Ano pela FADU. Vamos conhecê-lo!

Formou-se em Educação Física. Porque escolheu uma formação em desporto?

Gosto de desporto desde que me conheço, principalmente de futebol, a modalidade que pratiquei, enquanto atleta federado, em clubes das associações de futebol de Braga, de Viana do Castelo e de Vila Real. Na altura em que estava a terminar o ensino secundário, a área do Desporto e da Educação Física, enquanto futuro profissional, estavam em expansão. Havia alguma facilidade em termos de futuro, de emprego e de versatilidade. Aliei o útil ao agradável e, por isso, ingressar em Educação Física foi uma escolha fácil e clara. Fiz o curso na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e esses cinco anos marcaram a minha vida para sempre. Fiz amizades que ainda perduram!

Como se proporcionou a sua vinda para a UMinho?

Cheguei em 2002, a convite do professor Fernando Parente, responsável pelo Departamento de Desporto e Cultura (DDC) dos Serviços de Ação Social. Queria que eu integrasse a estrutura de apoio ao desporto, que estava em grande crescimento. Comecei pelo enquadramento técnico da equipa de futsal. Posteriormente, juntei-me à equipa de acompanhamento das aulas de cardiofitness e musculação e integrei o planeamento e organização administrativa das equipas da UMinho nas competições da Federação Académica de Desporto Universitário (FADU).

Como foi o seu percurso, desde então?

Ao longo destes anos desempenhei várias funções, desde planear e desenvolver atividades de orientação técnica e pedagógica de futsal feminino e masculino; orientar as atividades de musculação e cardiofitness; participar na organização e operacionalização de eventos desportivos, como os Campeonatos Nacionais Universitários, os Europeus Universitários e os Mundiais Universitários; planificar e gerir projetos; efetuar a supervisão e acompanhamento de modalidades desportivas; elaborar mapas internos de indicadores do DDC; coadjuvar o diretor técnico das instalações desportivas; planear, coordenar e gerir as avaliações físicas, entre outras.

Um treinador multipremiado

O que destaca do período em que foi treinador das equipas de futsal feminina e masculina?

Foi um caminho enriquecedor, com cerca de 15 anos. Vivi momentos maravilhosos, que fizeram de mim uma pessoa melhor, quer em termos pessoais como profissionais. Desde o primeiro dia, criámos um bom espírito de grupo, sentido de compromisso, superação, dedicação e trabalho de equipa. Estou grato a todos os estudantes-atletas que nos ajudaram a atingir os resultados.

Quais foram os principais resultados que obtiveram no desporto universitário?

Em futsal feminino, fomos quatro vezes campeões nacionais (2005, 2013, 2016, 2017) e vice-campeões europeus (2013). Já em futsal masculino, fomos campeões nacionais (2018), vice-campeões nos EUSA Games (2018) e ficamos em 3º lugar no europeu (2019). Entre outros resultados, em femininos fomos ainda campeões nacionais em futevolei (2014) e vice-campeões nacionais em futebol de 7 (2013) e futebol de praia (2014). 

Que significado teve para si ter sido eleito Treinador do Ano, na XI Gala do Desporto Universitário da FADU?

Foi muito gratificante e senti-me muito honrado com o prémio. Sem dúvida, é um dos pontos altos da minha carreira. Foi o reconhecimento do meu trabalho, dos resultados obtidos ao longo dos vários anos dedicados ao desporto universitário - futsal masculino e feminino, futevolei feminino e futebol de 7 feminino.

O seu percurso de avançado de futebol de 11 - passou pelo Amares, Vilaverdense, Arcos de Valdevez, Paredes de Coura e Murça -, incluindo a participação na Taça de Portugal, terão sido determinantes para o seu sucesso?

Sem dúvida. Aprendi muito. Foi essencial para o meu desenvolvimento enquanto atleta, enquanto profissional e determinante para o meu futuro. Nessa fase, além de nos desenvolvermos enquanto atletas, aprendemos a respeitar o próximo, a ceder, a ganhar e a perder. Constrói-se a nossa personalidade, o sentido de coletividade, as habilidades sociais e a empatia. Isso reflete-se depois no convívio com a família, com os colegas e até no trabalho.

Que opinião tem sobre Jorge Braz, atual selecionador de futsal e com ligações à UMinho?

Conheci o Jorge Braz em 2001. Desde então, mantemos uma boa amizade, é um amigo. Um treinador muito positivo, comunicativo, sempre disponível para partilhar conteúdos e experiências. É um exemplo enquanto pessoa e profissional.

No presente Mundial de Futebol, que expectativas tem da prestação da nossa seleção?

As expectativas são elevadas. Com os talentos que temos, espero uma seleção com grande ambição. Sabemos que, nesta competição, os jogos eliminatórios serão muito equilibrados, mas acredito numa boa participação e num bom resultado da seleção de todos nós. 

Curiosidades

  Um livro. “A resposta”, de Kathryn Stockett.

  Um filme. "Homens de honra", de George Tillman Jr.

  Uma música. “Another brick in the Wall”, dos Pink Floyd.

  Uma figura. Devido ao contexto atual, Volodymyr Zelensky.

  Um passatempo. Passear.

  Um prato. Polvo.

  Uma viagem. Cuba.

  Um momento. No contexto da entrevista, o primeiro título de futsal feminino da AAUMinho, em 2005.

  Um vício. Compulsão alimentar.

  Um defeito. Teimoso. Um pouquinho.

  Um sonho. Viajar. Conhecer outros países e outras culturas.

  Um lema. “Ninguém disse que era fácil, mas não custa tentar.”

  A UMinho. Uma família espetacular.

24-11-2022 | Paula Mesquita | Fotos: Nuno Gonçalves