Primeira Comissão de Trabalhadores da Universidade do Minho tomou posse

Eleita em Novembro com 84% dos votos lista única tinha como cabeça de lista Carlos Abreu Amorim. O primeiro secretário coordenador vai ser João Monteiro.

CT UMinho

Tomou ontem posse, para o quadriénio 2022/2025, a Comissão de Trabalhadores da Universidade do Minho, após eleições de Novembro de 2021 nas quais a lista ‘Juntos somos um. Todos somos UMinho’ — a única que se apresentou a sufrágio, obteve 84% dos votos.

O processo foi coordenado por uma comissão eleitoral presidida por Manuel Rocha Armada, professor da Escola de Economia e Gestão. A lista eleita tinha como primeiro nome Carlos Abreu Amorim, professor da Escola de Direito.

Abreu Amorim é acompanhado por António Ovídio (Instituto de Ciências Sociais), Emanuel Albuquerque (Escola de Psicologia), Luís Carlos Fernandes (Instituto de Educação), João Monteiro (Escola de Engenharia), José Gomes (Escola de Engenharia), Francisco Mendes (Instituto de Ciências Sociais), Marta Ferreira (Escola de Economia e Gestão), Sílvia Monteiro (Instituto de Educação), Custódio Carvalho (Serviços de Acção Social) e António Gaspar Cunha (Escola de Engenharia), como efectivos.

Como suplentes integram a lista José Palmeira (Instituto de Educação), Carlos Veiga (Instituto de Ciências Sociais), Sandra Pereira (Escola de Medicina), Miguel Duarte (Escola de Arquitectura, Arte e Design), Eduardo Rebelo (Serviços de Acção Social) e Maria Gomes (Escola de Direito).

Ontem, na cerimónia de tomada de posse, que teve lugar no auditório da Escola de Direito do Campus de Gualtar, Manuel Rocha Armada salientou as ideias de “rigor e independência no processo eleitoral”.
O reitor Rui Vieira de Castro sublinhou que a comissão de trabalhadores era uma “aspiração de há muito”, lembrando que a tinha inscrito no programa de candidatura à reitoria em 2017 e vincou a importância da organização na “defesa dos interesses dos trabalhadores”.

Lembrando que a Universidade do Minho conta “cerca de 3000 trabalhadores”, destacou a sua “diversidade” e “complexidade de regimes contratuais”, manifestando a sua “total disponibilidade” para facultar “toda a informação, assim como para a manutenção de reuniões periódicas e disponibilização de pareceres técnicos designadamente de orientação e clarificação das situações profissionais.

Antes, Carlos Abreu Amorim, que era candidato número um da lista vencedora, frisou que esta não é a primeira estrutura representativa dos trabalhadores, lembrando o caminho percorrido pela comissão instaladora até á eleição de 16 de Novembro, na continuação de um “esforço abnegado” que veio colmatar um vazio na estrutura organizativa da universidade.
O jurista lembrou que a comissão vai representar “todos os que têm vínculos” com a universidade, dispondo designadamente de “direito estatutário à informação” sobre assuntos de ordem financeira, entre outros e participar em procedimentos de âmbito disciplinar Além disso, vincou que a comissão vai funcionar “como interlocutor” com os demais órgãos dirigentes da academia, designadamente com o reitor, com quem está prevista realização de encontros regulares.

É um novo órgão “eleito democraticamente e essencial para o equilíbrio de poderes”, acrescentou, realçando que “somos parte da universidade e participamos nas suas opções”.

Abreu Amorim terminou a sua intervenção a citar São Paulo com uma parábola do século V a.C, por alturas da República Romana. O povo estava farto de não participar nas decisões sobre o seu próprio destino e cidadãos decidiram sair da cidade.

Nesse momento, o romano Menénio compara a situação aos órgãos de um corpo que se revoltam com o estômago e deixam de o alimentar. Logo, outras partes do corpo começaram a ficar incapazes de funcionar, pois perceberam que o estômago tinha uma função e sem estômago o resto do corpo não funcionava.

Na história, o estômago representa os patrícios e o resto do corpo, a plebe. Um acordo foi firmado entre patrícios e plebeus que incluía a criação do tribuno da plebe e Menénio foi eleito tribuno da plebe.

Abreu Amorim concluiu que “todos somos universidade”.

Correio do Minho | Rui Serapicos – 4 de março de 2022