Novas contratações travam salário médio do Estado

Por um lado o Governo descongelou progressões. Mas por outro admitiu funcionários com salários mais baixos. É assim que explica que o vencimento médio total só tenha subido 1,2% no último ano.

Apesar do descongelamento de promoções e progressões, que o Governo garante que abrangeu quase 60% dos trabalhadores, o ganho médio total do Estado – que inclui remuneração base e suplementos – está a crescer menos: em Janeiro subia 1,2% em termos homólogos, o ritmo mais baixo desde o início de 2016.

A Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), tutelada pelas Finanças, justifica o sucedido com a contratação de trabalhadores com salários mais baixos, numa altura em que o emprego acelera para níveis recordes devido à regularização de precários.

Se por um lado o Governo aumentou o salário mínimo e descongelou progressões, por outro lado "verifica-se a diminuição da remuneração base média mensal num conjunto de carreiras por efeito dos movimentos de entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios (entrada de novos trabalhadores em níveis remuneratórios na base da carreira)", indica a síntese da direção-geral responsável pela recolha dos dados.

A entrada de novos trabalhadores com salários mais baixos tem sido apresentada como principal justificação pelo Governo há vários trimestres. No último, a DGAEP acrescentou ainda que as greves estavam a reduzir alguns salários.

Se olharmos apenas para a remuneração base, que exclui suplementos, o aumento foi de 0,8% em termos homólogos, acima do que tem sido registado nos últimos trimestres, mas abaixo do que aconteceu em 2016, altura em que repuseram os cortes salariais.

Catarina Almeida Pereira Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. - 15 de maio de 2019