Mais de 20% dos alunos de mestrado são estrangeiros

Mais de 20% dos alunos matriculados em mestrados de 2.º ciclo em Portugal no ano letivo de 2017-2018 eram estrangeiros. São mais 10% de estudantes internacionais em cinco anos.

Mais de 20% dos alunos matriculados em mestrados de 2.º ciclo em Portugal no ano letivo de 2017-2018 eram estrangeiros, registando estas formações um crescimento de 10 pontos percentuais na captação de alunos internacionais em cinco anos letivos.

Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e que são este domingo disponibilizados no portal Infocursos, em 2017-2018 os alunos estrangeiros representavam 23% do total de matriculados em mestrados de 2.º ciclo (não integrados numa licenciatura), 10 pontos percentuais acima dos 13,2% em 2013-2014.

Em alguns cursos deste nível estes alunos representaram mesmo a quase totalidade dos inscritos.

Na Universidade do Algarve, por exemplo, o mestrado de 2.º ciclo em Sistemas Marinhos e Costeiros apenas tinha quatro alunos portugueses entre os 26 matriculados em 2017-2018, acontecendo uma situação semelhante com o mestrado de 2.º ciclo em Gestão, na mesma universidade, com 23 alunos inscritos, apenas dois portugueses.

Os alunos estrangeiros estão também em crescimento nas licenciaturas de 1.º ciclo e mestrados integrados, representando 10,8% e 8,2%, respetivamente, do total de inscritos nestas formações em 2017-2018.

Os alunos internacionais são cada vez mais uma importante fonte de receitas das universidades e politécnicos públicos, aos quais nas licenciaturas e mestrados integrados as instituições podem cobrar propinas acima do limite máximo estabelecido para os alunos portugueses, que era até agora de 1.068 euros, mas que irá baixar para um máximo de 856 euros a partir do próximo ano letivo, segundo o que foi aprovado no Orçamento do Estado de 2019.

Segundo os dados divulgados este domingo pelo MCTES o abandono no ensino superior está em queda desde 2013-2014, mas nos mestrados integrados registou-se uma ligeira inversão da tendência em 2017-2018.

Os mestrados integrados são as únicas formações que registam um ligeiro aumento no abandono do ensino superior por parte dos estudantes um ano depois do ingresso, com uma taxa de 3,3% em 2017-2018, contra os 3,1% em 2016-2017.

É, ainda assim, a taxa de abandono mais baixa entre o leque de formações no ensino superior: os cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP), as licenciaturas e os mestrados de 2.º ciclo revelam uma quebra nesta indicador desde 2013-2014, mas registaram em 2017-2018 taxas de abandono um ano após o ingresso de 17,4%, 8,8% e 16,8%, respetivamente.

O concurso nacional de acesso é a porta de entrada para a maioria dos alunos do ensino superior, mas o regime para maiores de 23 é responsável por cerca de 13% das matrículas em licenciaturas nas instituições privadas.

O desemprego de diplomados também regista uma queda continuada nos últimos anos, com uma taxa de desemprego mais elevada no ensino superior privado, do que no setor público.

Os dados mais atualizados indicam que há 3,4% de diplomados por universidades e politécnicos públicos desempregados e inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), sendo a taxa de 4,1% no setor privado.

Nos dados por curso, apenas um regista uma taxa de desemprego superior a 20% entre os seus diplomados — Serviço Social, da Universidade Católica, com uma taxa de 25,8% – havendo mais de 60 cursos com taxas de desemprego iguais ou superiores a 10%.

Um total de 63 cursos regista pleno emprego dos seus diplomados e 99 uma taxa de desemprego residual inferior a 1%.

Com as atualizações agora disponíveis no portal Infocursos vai ser possível aceder a mais informação sobre os CTeSP e os mestrados de 2.º ciclo, indica o MCTES em comunicado, como a distribuição das classificações finais dos diplomados ou, no caso dos mestrados, o “acesso direto às mais recentes dissertações de mestrado realizadas no curso”.

No portal ficam agora disponíveis dados sobre cerca de 4.100 cursos ministrados em 116 instituições de ensino superior.

7/7/2019, Observador - PAULO NOVAIS/LUSA