Governo quer que testes serológicos na U.Porto sejam exemplo a seguir

MCTES fala de uma medida que "merece ser replicada nas outras instituições do país". Testes gratuitos deverão avançar nas primeiras semanas de maio.

Para o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES)Manuel Heitor, a decisão da Universidade do Porto em avançar com a realização de testes serológicos para aferir o grau de exposição / imunidade da comunidade académica ao novo coronavírus é não só “inédita a nível académico”, como “merece ser replicada nas outras instituições do país”.

Presente na sessão de apresentação da iniciativa, que decorreu na passada segunda-feira, na Reitoria da U.Porto, o governante lembrou que “vivemos num tempo de muita incerteza”  e que “os testes não curam, mas ajudam a prevenir”.

Nesse sentido, nota Manuel Heitor, “o plano apresentado pela U.Porto é particularmente importante para manter e lançar uma série de testes diferentes, ajudando as pessoas a prevenir e dando-nos mais informações para combater esta fase de incerteza”.

A mesma ideia foi enfatizada por Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), responsável pela coordenação científica da iniciativa. “Temos que continuar a investigar, daí ser tão importante irmos sabendo qual é  percentagem de população que está imune e saber se essa informação é viável”, considera o responsável.

Uma picada que pode dizer muito

E que testes serão disponibilizados, afinal, à comunidade U.Porto? Na prática, trata-se de um “teste rápido” –  uma picada no dedo semelhante à que se faz para fazer a medição da glicose no sangue – que permite perceber se a pessoa já produziu anticorpos específicos para o vírus, e, no caso de resposta afirmativa, se a infeção é recente ou antiga.

Nos casos em que tenha sido diagnosticada uma infeção recente, será aplicado um teste de despiste com zaragatoa, por forma a perceber se aquela ainda se mantém.

A este teste poderão, por sua vez, seguir-se outros, porque “nem mesmo o melhor método disponível neste momento é infalível. Portanto, o que vamos sabendo faz parte de um processo evolutivo”, assume Henrique Barros.

Por Tiago Reis / REIT- 30.04.20