Universidade do Minho cria plataforma para ensinar e aprender português

A Universidade do Minho apresentou a plataforma “inovadora” digital “Ensinar e Aprender Português”, um “recurso educativo” vocacionado para o ensino e aprendizagem da leitura e escrita ao nível do Ensino Básico.

Em declarações à Lusa, uma das mentoras da plataforma, Fernanda Viana, explicou que esta é uma ferramenta “adequada para aulas presenciais, à distância e mistas”, um projeto que foi “acelerado” pela pandemia causada pelo novo coronavírus.

Segundo informação distribuída pela universidade, a nova plataforma “permite ao professor definir a sequência do ensino, apoiado por atividades interativas, vídeos e ‘pdf’, sendo que o suporte digital inclui a correção imediata das respostas dos estudantes e um histórico com os resultados destes.

“No fundo este é um trabalho que já estava a ser desenvolvido com algumas autarquias e que a pandemia e a nova forma de ensinar e aprender levou a que nos lançassem o desafio do acelerar e transformar em digital, o que faz todo o sentido”, apontou Fernanda Viana.

A investigadora explicou que a nova plataforma é dirigida a alunos e professores mas que não pode ser adquirida individualmente: “O que se pretende é que seja gratuita para alunos e professores mas tem que ser comprada por autarquias, agrupamentos de escolas ou até mecenas”, referiu.

A outra investigadora envolvida no projeto, Iolanda Ribeiro, explicou que o “apoio tutorial” da nova ferramenta “permite à criança alicerçar conhecimentos e avançar na aprendizagem de forma diferenciada, seja na escola ou em contexto familiar”.

A plataforma “Ensinar e Aprender Português” dispõe igualmente de provas de rasteio anuais e provas de monitorização trimestrais, para identificar estudantes que suscitam preocupação pedagógica e, em simultâneo, para aferir a eficácia das medidas de diferenciação pedagógica eventualmente implementadas.

Os domínios contemplados na plataforma são: correspondência grafema/fonema, compreensão oral e da leitura, fluência da leitura, gramática, ortografia, projetos de escrita, educação literária e ainda, “passaporte de leitura”.

Este passaporte virtual desafia os mais novos a colecionarem carimbos alusivos a todas as leituras que vão fazendo ao longo do 1.º ciclo, na escola ou fora dela, dado que um dos objetivos desta plataforma, e todas as sequências didáticas nela incluídas, é o de criar leitores e estimular a novas viagens pelos livros.

O projeto nasceu no Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC) e no Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi), ambos da UMinho, em Braga, tendo sido desenvolvido nos últimos meses com a Lusoinfo Multimédia, que comercializa a plataforma.

Tem a parceria do Plano Nacional de Leitura, do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar e da Investigare – Associação para a Investigação em Leitura, Escrita e Neurociências.

Jornal de Notícias | 11 de setembro de 2020