Reitor da UMinho acredita que novos protagonistas do ES estarão sensíveis aos problemas do setor

Elvira Fortunato toma posse, esta quarta-feira, como ministra do Ensino Superior e Pedro Teixeira será secretário de Estado. Nomes escolhidos por António Costa agradam a Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho.

Rui Vieira de Castro sobre os novos protagonistas do Ensino Superior, que tomam posse esta quarta-feira, a partir das 17h00.

O currículo de Elvira Fortunato, nova ministra do Ensino Superior, e de Pedro Teixeira, que assume a secretaria de Estado, agrada a Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho. A experiência e a proximidade que ambos têm às instituições de Ensino Superior, acredita o reitor, serão importantes para a sensibilidades com alguns dos problemas que afetam o setor.

Elvira Fortunato, que sucede a Manuel Heitor no cargo, tem 57 anos, é doutorada em Engenharia de Materiais, na especialidade de microeletrónica e optoeletrónica, pela Universidade Nova de Lisboa, instituição onde era vice-reitora desde 2017.

Pedro Teixeira assume agora a secretaria de Estado, que foi gerida por João Sobrinho Teixeira, também de saída do Governo. O docente, com formação na área da Economia do Ensino, assumia a presidência do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior, tendo também passado pela vice-reitoria da Universidade do Porto.

"É uma boa notÍcia termos como ministra uma investigadora reconhecida. Também pelo seu papel enquanto membro de uma equipa reitoral estará ciente dos principais problemas com que o setor se debate. A nomeação de Pedro Teixeira para secretário de Estado é também uma boa notícia, porque é um professor que, para lá de ter experiência na gestão de instituições de Ensino Superior, tem um conhecimento muito profundo da realidade das universidades", comentou Rui Vieira de Castro.

Para o reitor, esta ligação às instituições e o conhecimento de causa dos problemas com que as universidades se batem diariamente era "uma dimensão fundamental que fosse assegurada na equipa responsável pelos destinos do ministério". "A senhora ministra esteve envolvida em vários processos pendentes de simplificação de procedimentos no que diz respeito a financiamento de investigação e estou certo de que estará muito disponível para encarar este como um problema que afeta a vida dasinstituições", apontou.

Rui Vieira de Castro acredita que Elvira Fortunato conseguirá ser sensível e prestar "particular atenção" a questões como o atraso na transferência atempada de verbas para as universidades, um problema muitas vezes lembrado pelo reitor em relação à UMinho.

Chegou a ser falada a possibilidade do Ensino Superior ser agregado ao ministério da Educação, uma decisão que, desde logo, foi contestada por responsáveis e estudantes.

O Conselho de Reitores e as associações académicas sensibilizaram António Costa para esta questão. O líder do Governo acabou por reconsiderar e separou as duas áreas. João Costa assume a Educação e Elvira Fortuna o Ensino Superior. A decisão e o entendimento que António Costa teve do setor agrada ao reitor da UMinho, que evidenciou "a relevância" que o Ensino Superior tem para o país e, por isso mesmo, seria uma área merecedora de "lugar próprio no Conselho de Ministros".

RUM | Liliana Oliveira 30março2022