Novas tabelas da ADSE preveem subida de 25% nos preços das consultas e redução de 30 euros nos internamentos

Tabelas foram aprovadas no final da semana passada com nove votos a favor e cinco contra

A proposta de revisão de tabelas da ADSE sugere que os preços pagos pelos beneficiários que frequentam um serviço privado que tenha acordo com o subsistema de saúde aumentem 25% ou mais e que as diárias de internamento baixem 30 euros. Os preços já não eram revistos há três décadas. Um dos objetivos da revisão é conseguir que mais médicos façam acordos com a ADSE.

As principais alterações constam num parecer do Conselho Geral e de Supervisão (CGS), no qual estão representados o Governo, as associações de reformados e os sindicatos. O documento foi aprovado, no final da semana passada, com nove votos a favor e cinco votos contra, de dois representantes da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), dois elementos da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI) e da presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (UGT).

O preço da consulta de especialidade ou de medicina geral sobe 25% (de 3,99 para cinco euros). O aumento é maior nas consultas de pediatria (de 3,99 para sete euros) e de cardiologia (de nove para 11,50 euros). O preço das consultas de clínica geral fixa-se nos 4,50 euros e as teleconsultas em quatro euros. Já relativamente ao preço do internamento diário, segundo o parecer, “a comparticipação da ADSE na diária de internamento aumenta em 30 euros, com redução em igual montante no copagamento do beneficiário”.

O aumento do preço das consultas motivou os votos contra dos representantes da Frente Comum e do MURPI. "Não é possível concordar com o aumento da comparticipação direta dos beneficiários no preço das consultas, que não tem qualquer justificação pois a ADSE não tem problemas de sustentabilidade", disse à agência Lusa a representante da Frente Comum Fátima Amaral.

O CGS defende “que neste período de pandemia o valor pago pelos beneficiários, nas diferentes consultas, se deve manter”. Segundo o “Jornal de Negócios”, o representante das Finanças votou contra.

Desde janeiro, altura em que o decreto-lei que prevê o alargamento da ADSE aos trabalhadores com contrato individual das entidades públicas entrou em vigor, inscreveram-se 67.178 novos beneficiários, dos quais cerca 48 mil são titulares e cerca de 19 mil são familiares.

Expresso | 6 de abril de 2021