Ensino superior: concurso nacional conta com 1114 cursos, 55 mil vagas, mais 13 a Medicina e muitas mais para competências digitais

Às 55.166 vagas do regime geral de acesso ao ensino superior público, agora conhecidas, juntam-se mais 20.800 que são abertas nos regimes e concursos especiais, como é o caso dos maiores de 23 anos, já licenciados ou estudantes internacionais. No privado, existem mais 24 mil lugares

Ainda faltam dois meses para os exames nacionais que servem como provas de ingresso para a faculdade e três para o início das candidaturas ao concurso nacional de acesso ao superior. Mas, tal como no ano passado, os alunos interessados podem ficar desde já a conhecer a oferta existente para 2024/2025. E não é por falta de escolhas que terão dificuldade em fazer opções.

regime geral de acesso (incluindo aqui os chamados concursos locais, na área das artes) conta com 1114 licenciaturas e mestrados integrados e um total de 55.166 vagas, num aumento de 158 lugares face ao presente ano letivo. A oferta em cada um dos cursos e a nota do último colocado neste ano letivo pode ser consultada no site da Direção-Geral do Ensino Superior.

Para este aumento, contribuem algumas das áreas que as anteriores equipas governativas têm considerado que devem ser apostas das instituições de ensino superior (o despacho orientador das vagas foi publicado em março). E que, sendo prioritárias, podem e devem aumentar a oferta. É o caso dos cursos de “excelência”, que deixam de fora alunos com medida de candidatura igual ou superior a 17 valores.

Nem todas as faculdades com estas formações aumentaram a sua oferta – por exemplo, na Universidade do Minho, o curso de Engenharia Aeroespacial, que no ano passado exigiu a média de ingresso mais alta, mantém para o próximo ano letivo as mesmas 31 vagas. Mas, no total, estes cursos contam com mais 46 vagas face a 2023 (abrem 4036).

Já no caso das formações que dão competências digitais, os alunos podem contar com mais 252 vagas (são 9355 ao todo) e na área da Educação Básica (que habilita para os mestrados em ensino deste nível de escolaridade) são mais 38, aproximando a oferta dos mil lugares no ensino público.

Quanto a Medicina, e apesar dos esforços recentes dos últimos executivos no sentido de convencer as faculdades públicas a aumentarem a sua oferta, o esforço não tem resultado em grandes variações. Para 2024/25, abrem apenas mais 13 vagas: são mais 8 na Universidade de Coimbra e mais 5 na Universidade da Beira Interior. No ano passado, a subida tinha sido de 7.

Ao todo, os candidatos a futuros médicos contarão com 1554 vagas. A estas juntam-se mais de três centenas de lugares que podem ser alocados a estudantes já diplomados noutros cursos superiores na área da Saúde.

Neste momento, a oferta privada de cursos de Medicina existe na Universidade Católica e vai estrear-se na Fernando Pessoa.

LISBOA E DIREITO TÊM AS MAIORES OFERTAS

No concurso nacional de acesso, nota ainda para a Universidade de Lisboa (UL) que se mantém, de longe, com a maior oferta (total de 7400 vagas no regime geral de acesso), seguida depois da Universidade do Porto (4700 lugares). Por curso, Direito continua a ser recordista, abrindo mais 445 vagas na UL e 339 em Coimbra.

Se somarmos as vagas do regime geral de acesso às mais de 20 mil dos regimes e concursos especiais, o ensino público contará em 2024/25 com uma capacidade próxima dos 76 mil lugares, um número muito semelhante ao que aconteceu para o presente ano letivo (menos 61 vagas ao todo).

Nestas vias de ingresso especiais encontram-se, por exemplo, os concursos para estudantes internacionais (cuja oferta aumenta), maiores de 23 anos ou titulares de outros cursos superiores.

Já o ensino superior privado (excluem-se nestes dados a Universidade Católica) conta com 18 mil vagas no regime geral de acesso e pouco mais de seis mil nos concursos especiais. A Lusófona é a maior neste subsistema.

Tudo somado, a nota da Direção-Geral de Ensino Superior indica que o ensino superior no seu conjunto tem capacidade para acolher perto de cem mil novos estudantes no próximo ano letivo.

 (14 ABRIL 2024  Isabel Leiria Expresso)