Diplomas estrangeiros entopem universidades portuguesas

Nova lei para reconhecimento de graus e diplomas que permite a estrangeiros verem os seus cursos reconhecidos em Portugal está a inundar secretarias das universidades.

Em Coimbra, os pedidos dos primeiros três meses do ano superam o total de qualquer um dos últimos anos: 300 pedidos contra 245 no ano anterior

O objetivo era simplificar os processos, mas o número anormal de pedidos, problemas na plataforma informática e dúvidas na interpretação da lei estão a provocar atrasos nas secretarias das universidades portuguesas que, desde janeiro, foram inundadas por pedidos de estrangeiros que querem ver os seus cursos superiores reconhecidos em Portugal.

Segundo o Diário de Notícias, que avança a notícia, há universidades que num trimestre já tiveram mais pedidos do que em todo o ano passado.

No início do ano entrou em vigor a nova lei para reconhecimento de graus e diplomas estrangeiros. Desde então, só no primeiro trimestre do ano, houve mais de 4 mil pedidos apresentados por estrangeiros.

A consequência imediata é que, a partir de 11 de março, o atendimento para estas questões passa a ser feito exclusivamente por marcação, segundo aviso publicado no site da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).

As universidades de Lisboa, Porto e Coimbra estão entre as que receberam um número anormal de pedidos, em especial no último mês, escreve ainda o DN. Em Lisboa, a concentração de pedidos em março é explicada pelo “atraso na publicação da portaria regulamentar e no lançamento da plataforma informática para reconhecimentos” .

Já em Coimbra, os pedidos dos primeiros três meses do ano superam o total de qualquer um dos últimos anos: 300 pedidos contra 245 no ano anterior. Em 2016 e 2015 foram 142 e 97, respetivamente

O DN cita ainda dados globais da Direção-Geral do Ensino Superior: foram formulados 4353 pedidos de reconhecimento de graus e diplomas desde o início do ano até à última terça-feira. Só a DGES recebeu 844 pedidos, mais do que em todo o ano de 2016 (681). E a este ritmo vai certamente superar os 929 registos efetuados em 2017 e os 1481 do ano passado.

1/4/2019, Observador