Alunos criticam Universidade da Beira Interior por mudanças no calendário

A Associação Académica da Beira Interior (AAUBI) e os núcleos de estudantes criticaram hoje aquela instituição, com sede na Covilhã, por ter mudado o calendário escolar duas vezes em quatro dias e condenaram a gestão feita na pandemia.

"Condenamos a gestão da pandemia feita até agora pela Reitoria da Universidade da Beira Interior, bem como a ausência de uma comunicação clara e explícita numa altura tão incerta, manifestando o nosso descontentamento pela constante desconsideração mostrada perante os estudantes", afirmam os alunos, em comunicado enviado à agência Lusa.

Os estudantes assumem que se vive uma situação sem precedentes, mas dizem que não podem continuar a ser os mais prejudicados e apontam o dedo às alterações que a Universidade da Beira Interior (UBI) fez ao calendário escolar por duas vezes, após a decisão do Governo sobre o encerramento de escolas e instituições de ensino superior.

Segundo lembram, a primeira alteração foi comunicada no próprio dia e consistia na alteração da época de exames de primeiro semestre para data posterior à Páscoa, antecipação do início do segundo semestre para 08 de fevereiro e manutenção do regime de ensino à distância para alunos de primeiro ano.

Para os alunos, esse anúncio foi feito de "forma precipitada e leviana", e conduziu ao "desagrado" dos alunos relativamente às medidas, pelo que a AAUBI reuniu contributos e as "possíveis alternativas mais ponderadas e que não prejudicassem os discentes", sugerindo-as em nota informativa.

Acrescentam ainda que, entretanto, foram "uma vez mais surpreendidos pela publicação de um despacho reitoral, disponibilizado apenas na área reservada da plataforma 'Minha UBI', em que o órgão voltava atrás nas medidas implementadas e decretava que os exames iriam decorrer de forma presencial e, se possível, nas datas inicialmente marcadas; a menos de uma semana do início dos mesmos".

"Além desta alteração repentina, o despacho informa ainda da eliminação da época de recurso dos exames, conferindo a possibilidade de todos os estudantes terem acesso à época especial de exames, em julho. Estas medidas, que uma vez mais espelham a desconsideração pelos estudantes 'ubianos' e as suas estruturas associativas, foram fortemente criticadas pela comunidade académica quer nas redes sociais quer nos canais oficiais de comunicação com a universidade", apontam.

Falando em "instabilidade", os estudantes da UBI continuam a reivindicar a realização dos exames em regime à distância, "salvaguardando a segurança dos estudantes e contribuindo ativamente para a redução do número de casos de covid-19 devido às deslocações e partilha de casa associadas aos alunos do ensino superior".

"O receio de fraude académica não se pode sobrepor à saúde pública. Em casos extremamente excecionais, e em mútuo acordo com os estudantes, estas avaliações poderão decorrer de forma presencial, sendo esta alternativa reservada para última instância", defendem.

Pedem igualmente a recuperação do período de recurso dos exames e que se proceda à "recalendarização dos exames para as épocas inicialmente definidas para os alunos de primeiro ano" e reivindicam "mais diálogo, maior abertura e consideração", sublinhando que estão disponíveis para colaborar.

Notícias ao Minuto | 28-01-2021