“Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania cultural” entregue a Vítor Aguiar e Silva

Vítor Aguiar e Silva, antigo professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), recebeu, pelas mãos da Ministra da Cultura, Graça Fonseca, o “Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural”. A cerimónia decorreu ontem, 28 de novembro, no Casino Estoril.

O júri, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, justifica o prémio pelo percurso de Aguiar e Silva no domínio da Teoria da Literatura, considerando-o fundamental para o conhecimento da literatura portuguesa. Além disso, destacou-se ainda a atividade do professor nos domínios do ensino universitário e da política da língua e da educação.

Quando do anúncio do prémio, em janeiro passado, Aguiar e Silva mereceu a felicitação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que o considera “professor e investigador de créditos firmados, autor da mais importante obra portuguesa de Teoria da Literatura, estudioso de Camões e dos seus «labirintos e fascínios», Aguiar e Silva […] tem um sólido percurso de «cidadania cultural», colaborando com instituições e iniciativas de defesa da literatura e da língua portuguesas”.

O “Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural” foi instituído em 2015, pela Estoril Sol, em parceria com a Editora Babel, para distinguir uma personalidade portuguesa cuja obra tenha contribuído para a cidadania cultural do país, projetando Portugal no espaço público. Foram já agraciados com o prémio Eduardo Lourenço e José Carlos Vasconcelos.

Recorde aqui o percurso de Vítor Aguiar e Silva.

Nov 29, 2018

Notícias UC  http://noticias.uc.pt/universo-uc/premio-vasco-graca-moura-cidadania-cultural-entregue-a-vitor-aguiar-e-silva/

O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural foi atribuído ao escritor, professor e investigador Vítor Aguiar e Silva, autor de "Camões: Labirintos e Fascínios" e "Teoria da Literatura", anunciou hoje a Estoril-Sol, que patrocina o galardão.

O júri, que foi presidido por Guilherme d`Oliveira Martins, escolheu por maioria Aguiar e Silva, antigo vice-reitor da Universidade do Minho, referindo que é um "exemplo de cidadania cultural, que liga a dimensão didático-científica à pedagógica", segundo a mesma fonte.

Em ata, o júri destacou o "percurso incomum" de Aguiar e Silva, "nos domínios da Teoria Literária, instrumento fundamental na formação de gerações, da Literatura Portuguesa e na fixação e estudo de parte relevante da obra camoniana, num brilhante exercício de intervenção pública, quer pelo seu magistério universitário, quer pelas altas missões no campo da política da Língua e da Educação".

O Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural, no valor de 40.000 euros, foi instituído pela Estoril-Sol, em parceria com a Editora Babel, tendo sido atribuído pela primeira vez em 2016 ao ensaísta Eduardo Lourenço. No ano passado, o distinguido foi o jornalista e escritor José Carlos Vasconcelos.

Vítor Manuel Aguiar e Silva, de 78 anos, tem-se dedicado à investigação da Literatura Portuguesa dos períodos maneirista (século XVI), barroco (século XVIII) e modernista (primeira metade do século XX), e ao estudo da Teoria da Literatura, "área em que o seu trabalho como professor e investigador tem sido nacional e internacionalmente reconhecido", realça a Estoril-Sol

O investigador publicou, entre outros livros, "Camões: Labirintos e Fascínios" (1994), que lhe valeu o Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Críticos Literários e o da Associação Portuguesa de Escritores.

Entre as suas obras contam-se "A Lira Dourada e a Tuba Canora", editada em 2008, "Jorge de Sena e Camões. Trinta Anos de Amor e Melancolia", em 2009, e "Teoria da Literatura", obra de referência do autor, publicada originalmente em 1967, primeiro em fascículos, e desde então reeditada regularmente num só corpo, tendo sido profundamente revista e atualizada a partir de 1981.

Além de ter estado na génese do Instituto Camões, Vítor Aguiar e Silva também coordenou a Comissão Nacional de Língua Portuguesa (CNALP), tendo sido ainda membro do Conselho Nacional de Cultura.

O laureado foi um dos signatários da petição "Em Defesa da Língua Portuguesa contra o Novo Acordo Ortográfico", ao lado de Vasco Graça Moura (1942-2014).

Aguiar e Silva, natural da freguesia de Real, no concelho de Penalva do Castelo, distrito de Viseu, recebeu várias distinções, entre as quais o Prémio Vergílio Ferreira, atribuído em 2002 pela Universidade de Évora, e o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, em 2007.

A obra "A Lira Dourada e a Tuba Canora: Novos Ensaios Camonianos" valeu-lhe, em 2009, o Prémio D. Diniz da Casa de Mateus, atribuído por um júri do qual fazia parte Vasco Graça Moura.

Vítor Manuel Aguiar e Silva licenciou-se em Filologia Românica, na Universidade de Coimbra, onde se doutorou em Literatura Portuguesa e foi professor catedrático.

Transferiu-se, em 1989, para a Universidade do Minho, onde foi catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas e onde fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos, assim como a revista Diacrítica.

O júri do prémio, ao qual presidiu Oliveira Martins, foi também constituído pelos autores, professores e investigadores Maria Alzira Seixo, José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz e, ainda, por José Carlos Seabra Pereira, em representação da Babel, e Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril-Sol.

O Prémio Vasco Graça Moura "visa distinguir um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que, ao longo da carreira - ou através de uma intervenção inovadora e de excecional importância -, haja contribuído para dignificar e projetar no espaço público o sector a que pertença", segundo o regulamento.

Lusa