PJ faz buscas à Universidade de Trás-os-Montes por suspeita de desvio de fundos

Em causa estão propinas pagas por estudantes brasileiros que estiveram a estudar na universidade, que não terão chegado aos cofres da instituição de ensino.

A Polícia Judiciária está esta sexta-feira a realizar buscas na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, por suspeita de desvio de fundos. Em causa estão propinas pagas por estudantes brasileiros que estiveram a estudar naquele instituição de ensino, cujos montantes não terão chegado aos cofres da universidade.

Há vários profissionais da universidade suspeitos de envolvimento neste esquema, que terá provocado um prejuízo de muitos milhares de euros à instituição. O desvio de fundos, que terá decorrido durante alguns anos, terá sido abandonado há pelo menos três anos. 

Em 2016, o programa “Sexta às 9” da RTP emitiu duas reportagens sobre acordos de cooperação luso-brasileiros, denunciando que o dinheiro das propinas pagas pelos alunos brasileiros nunca chegaram à UTAD.

As reportagens envolviam professores da universidade directamente envolvidos na coordenação desses protocolos​ que, alegadamente, receberam milhares de euros em contas bancárias no Brasil. Os protocolos, efectuadas com empresas sediadas no Brasil, estiveram em vigor entre 2004 e 2013.

Na altura, o reitor da UTAD, António Fontainhas Fernandes, garantiu que estavam "a ser tomadas medidas internas de correcção e de responsabilização”.

Fontainhas Fernandes explicou então que, no início do seu mandato, em Julho de 2013, e perante os atrasos no pagamento dos compromissos financeiros das mencionadas empresas, pediu uma auditoria externa para efectuar um levantamento exaustivo da situação e propor medidas para regularização das dívidas, tendo ainda cancelado os cursos que funcionavam naqueles moldes.

Além das buscas à universidade, a PJ está a realizar várias buscas a residências de suspeitos. A investigação deste caso está a cargo da Unidade Local de Vila Real da Judiciária, que conta para a operação desta sexta-feira com a colaboração dos colegas do Porto e Braga.

Mariana Oliveira – 1 de fevereiro de 2019