UM de nós Jorge Paula

Quem não conhece o sr. Paula?

O "sr. Paula", como é conhecido entre todos, trabalha no setor dos correios, na Direção Financeira e Patrimonial, desde 2014

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Trabalha na UMinho há vinte anos e é, desde 2014, assistente operacional do setor dos correios

O seu percurso profissional na UMinho iniciou-se aquando da criação da Escola de Ciências da Saúde

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A sua função principal era a receção e o controlo dos materiais que se destinavam aos laboratórios da Escola

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Após sete anos na Escola de Ciências da Saúde (hoje Escola de Medicina, na foto), passou para o Gabinete de Reitor

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No Largo do Paço, no centro de Braga, esteve ao serviço dos reitores António Guimarães Rodrigues e António M. Cunha

O "sr. Paula", como é conhecido entre todos, trabalha no setor dos correios, na Direção Financeira e Patrimonial, desde 2014

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Gosta de interagir com as pessoas que vai encontrando nas Escolas e nos Serviços, conforme entrega e recolhe o correio

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Jorge Paula

Nasceu há 55 anos em Angola e a Revolução de Abril trouxe-o a Portugal. Trabalha na UMinho desde a criação da Escola de Ciências da Saúde e já passou por vários serviços, nomeadamente o gabinete de dois reitores. Hoje é um dos rostos que "entra" todos os dias pela nossa porta, distribuindo o correio.

Nasceu em Luanda, mas acabou por dividir os estudos entre Angola e Portugal.
Fiz parte do meu percurso escolar em Angola, até ter acontecido o 25 de Abril de 1974 e toda a viragem que esta data despoletou, incluindo o regresso a Portugal da minha família. Chegado a Portugal, com 9 anos, retomei os estudos em Lago, Amares, terra natal da minha mãe, e concluí o ensino secundário em Braga, nas escolas André Soares e Carlos Amarante.

Como foi o seu percurso profissional até chegar à Universidade do Minho?
O meu percurso profissional iniciou-se como muitos outros do meu tempo: no serviço militar. Estávamos em 1985. Fui socorrista no Hospital Militar nº 2 em Coimbra. Depois, emigrei para a Suíça, onde vivi cerca de três anos e trabalhei como estafeta e empregado de mesa. Em 1990, regressei a Portugal e comecei a trabalhar no então “Arminho” (hoje é conhecido por “Recheio”). Ali estive durante dez anos, desempenhando as funções de controlador da logística operacional. Em 2000, curiosamente, no início do novo século, tive a honra e a oportunidade de trabalhar na Universidade do Minho.

Como se proporcionou essa oportunidade?
Devo-a em parte ao meu pai, António Paula, que trabalhava na Reitoria desde 1980. Comecei a trabalhar na recém-criada Escola das Ciências de Saúde (ECS, hoje Escola de Medicina), no campus de Gualtar. Desempenhei funções de responsável pela área logística da Escola durante sete anos.
Quais eram as suas tarefas?
A principal era a receção e o controlo dos materiais que se destinavam aos laboratórios da Escola. Era numa parte desses laboratórios que decorriam as aulas práticas dos alunos de Medicina. Deste período guardo excelentes recordações e momentos profissionais que jamais esquecerei, com professores, funcionários e alunos. Sinto-me na obrigação de mencionar e agradecer em especial aos prof. Jorge Pedrosa e Nuno Sousa pelas suas influências no meu percurso. Foi um tempo muito positivo e enriquecedor. Relacionei-me com professores e colegas fantásticos. Conheci os nossos primeiros estudantes de Medicina. Tenho um bocadinho de todos comigo.
E o que fez desde aí?
Em 2007, o professor António Guimarães Rodrigues, então reitor, convidou-me para trabalhar na Reitoria, no edifício do Largo do Paço. Aí, fui rececionista do gabinete do Reitor durante sete anos. Com o professor Guimarães Rodrigues aprendi grandes ensinamentos e valores, tanto profissionais, como pessoais.  Orgulho-me de o ter servido e ter obtido um voto de louvor em Diário da República é um reconhecimento maravilhoso pelo meu trabalho. Depois tomou posse o professor António M. Cunha, com quem trabalhei ao longo de seis anos. Também a ele devo muita da minha aprendizagem e do meu conhecimento sobre esta universidade. Mais tarde, tive vontade de mudar de funções. Creio que faz parte da minha maneira de ser. E foi assim que, em 2014, comecei a trabalhar no Setor dos Correios, regressando ao campus de Gualtar.
Quais são as suas funções atuais?
São variadas: receção do correio externo; distribuição do correio interno por todas as Escolas, Institutos e Serviços da Reitoria; franquiamento da correspondência que sai da UMinho e responsável pela manutenção e conservação da viatura do nosso setor.
O que gosta mais no seu trabalho?
Acima de tudo, gosto de interagir com as pessoas que vou encontrando nas Escolas e nos Serviços, conforme vou entregando e recolhendo o correio. E ser sempre ser o mais profissional possível.
Tem alguma história curiosa que queria partilhar?
Tenho várias, mas houve uma muito engraçada que aconteceu na então ECS. Estava um dia a alimentar os ratinhos no Biotério e deu-se uma falha de luz. O prof. João Cerqueira escondeu-se num cantinho qualquer e quando a eletricidade voltou decidiu assustar-me. E foi um grande susto! [sorriso]
O que é que ainda tem para oferecer à UMinho?
Creio que poderei oferecer tudo na mesma medida que receber da UMinho e, por isso, tudo o que a vida profissional me proporcionar, eu poderei retribuir. Sei que estarei à altura, pois, foi nesta Casa que aprendi a representar uma instituição e o significado da expressão “amor à camisola”. Já me cruzei com vários antigos estudantes de Medicina que me reconhecem e me respeitam. Também os admiro. São momentos como este que a UMinho me oferece todos os dias e que, se calhar, não viveria noutro sítio. Esta é a minha segunda casa; retribuirei ao máximo e o melhor que souber.
Algumas notas
Um livro. “Os Maias”, de Eça de Queirós.
Um filme. “Oficial e Cavalheiro” (1983), de Taylor Hackford.
Uma música. “Wish You Were Here”, dos Pink Floyd.
Uma figura. Winston Churchill.
Um passatempo. Adoro carros. É um vício. Passo algum tempo a ler e a consultar revistas.
Uma viagem. Luanda, em Angola.
Um clube. Futebol Clube de Amares. É o clube do meu filho.
Um prato. Cozido à portuguesa.
Um momento. Nascimento dos meus filhos.
Um defeito. Refiro só dois, mas tenho consciência que tenho mais alguns: teimoso e rabugento.
Um sonho. Fazer uma viagem à volta do mundo.
Um lema. “Em frente é que é o caminho.”
A UMinho. Sem dúvida, a minha segunda casa.

30-04-2020 | Paula Mesquita

NÓS - Jornal Online da UMinho | nº 96 | abril'2020