"Estamos convictos que tomamos a melhor decisão para salvaguardar os interesses dos alunos"

O reitor da Universidade do Minho reage às críticas do presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior sobre a suspensão da actividade lectiva até ao final do semestre.

O reitor da Universidade do Minho refere que é "importante que todos tenham um horizonte de alguma estabilidade o mais depressa possível relativamente ao que vai acontecer até ao final de semestre". Foi desta forma que Rui Vieira de Castro reagiu às críticas do presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup).

Em declarações à RUM, Gonçalo Velho considerou precipitada a decisão de as universidades suspenderem as aulas presenciais até ao fim do ano lectivo e de promoverem em exclusivo o ensino à distância - a academia minhota foi a primeira -, justificando que "as curvas de evolução da pandemia em Portugal permitem pensar que é possível dar espaço a outras respostas educativas”.

Garantindo que a Universidade do Minho está "atenta ao evoluir da situação", em resposta, o reitor diz não ter dúvidas de que a opção tomada foi a mais adequada. "Estamos tranquilos e convictos que fizemos o melhor, ou seja, que tomamos a melhor decisão para salvaguardar os interesses sobretudo dos nossos estudantes", refere.

Rui Vieira de Castro lembra ainda que o despacho publicado no final de Março prevê a possibilidade, "se verificadas as condições adequadas", de os exames de recurso decorrerem "num quadro presencial". Contudo, afirma que esse cenário "não está a ser privilegiado neste momento".

Cursos trocam sequência das unidades curriculares e substituem actividades

Outro reparo apontado pelo presidente do SNESup é o de que os docentes devem ter autonomia para definir o melhor modelo de avaliação para a respectiva unidade curricular, desde que sejam seguidas as normas da Direção-Geral da Saúde.

Sem a possibilidade de haver aulas práticas até ao final do lectivo em algumas universidades, como a do Minho, Gonçalo Velho alerta para processos de avaliação que podem ser desvirtuados, já que "a parte prática está muito condicionada".

Sobre essa matéria, Rui Vieira de Castro não esconde que há dificuldades, mas garante que há "um esforço que está a ser feito" no sentido de as superar. "Naturalmente que há situações muito particulares que vão exigir um repensar do desenvolvimento das unidades curriculares. Isso será feito em lugar próprio por parte do cursos e dos conselhos pedagógicos das nossas unidades orgânicas [escolas e institutos]".

O reitor da Universidade do Minho explica que já foram tomadas medidas como a alteração da sequência das unidades curriculares e a subsituição de actividades que estavam inicialmente previstas por outras que se "aproximassem mais dos resultados esperados" para o respectivo curso, consoante as novas circunstâncias.

O presidente do SNESUP tinha ainda referido que o Conselho de Reitores das Universidades Portugueses (CRUP) está a agir de forma "desorganizada" e "desconcertada". Rui Vieira de Castro refuta essa crítica, dizendo que as diferentes insituições de Ensino Superior têm partilhado as suas "experiências", e adianta que esta terça-feira haverá uma nova reunião do CRUP para avaliar o efeito da pandemia no sector.

Fonte UMinho - Tiago Barquinha RUM - Academia 13.04.2020