Não conseguiu entrar no ensino superior? Ainda há 4500 vagas por preencher

Resultados da 2ª fase do concurso nacional de acesso já são conhecidos, garantindo a colocação a 9274 estudantes. Somando a 1ª fase, o número de novos alunos a estudar no ensino superior público aumenta em relação a 2018

Um total de 46.721 novos alunos já garantiram um lugar no ensino superior público, representando um ligeiro aumento (mais 1,4%) em relação a idêntico momento do ano anterior.

Os resultados da 2ª fase do concurso nacional de acesso foram divulgados pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior e indicam que entraram agora 9274 estudantes nalguma universidade ou instituto politécnico. Estes vão juntar-se aos quase 37.500 que já tinham ingressado e que, estando satisfeitos com a sua colocação, efetivaram a matrícula e não voltaram a concorrer.

A maioria dos cursos (797) está agora com todos os lugares preenchidos, mas há ainda 4583 vagas em aberto em mais de 250 licenciaturas. Estes lugares podem ser disponibilizados pelas instituições numa 3ª fase do concurso ou serem revertidos para os concursos especiais - dirigidos a estudantes internacionais, maiores de 23 anos ou titulares de cursos técnicos superiores especializados - e ainda para alunos que querem mudar de instituição/curso.

Compete a cada instituição decidir sobre a abertura da 3ª fase e a divulgação das vagas a concurso será feita a 3 de outubro.

CURSOS VAZIOS

Se em Lisboa e Porto já não há praticamente nenhuma alternativa, em Bragança, Viseu ou Portalegre, por exemplo, as opções são variadas. Há formações inclusivamente que não atraíram nenhum aluno nem na 1ª fase nem nesta segunda etapa do concurso.

Aconteceu com Engenharia de Energias Renováveis no Politécnico de Bragança, que mantém a sua oferta inicial de 66 lugares. O mesmo sucedeu no curso de Engenharia Civil nesta mesma instituição (40 vagas por preencher). E ainda com Engenharia Civil no politécnico de Viseu (44 lugares que ficaram vazios) e na Universidade da Beira Interior (20 vagas). Ou com Agronomia no politécnico de Beja. Os exemplos são vários.

212 ENTRAM SEM NOTA DO SECUNDÁRIO

Quanto às notas mínimas mais altas, os destaques voltam a concentrar-se em engenharias do Instituto Superior Técnico (IST) da Universidade de Lisboa e da Universidade do Porto (UP) e ainda para as medicinas. Como apresentaram para esta fase não mais do que uma ou duas vagas (alunos que entraram na 1ª fase, mas que acabaram por não se inscrever), as médias ainda foram mais altas do que na 1ª fase: 19,58 em Engenharia e Gestão Industrial na UP, 19,45 valores em Aeroespacial e 19,43 em Física tecnológica, ambas no IST.

Além dos alunos que concluem o ensino secundário regular e profissional, ao concurso nacional de acesso também podem concorrer os que completam a sua escolaridade através de cursos de educação e formação de adultos (EFA).

Nestes casos, e como não têm média de conclusão do ensino secundário (as tradicionais disciplinas são substituídas por módulos de formação sem nota atribuída), a única classificação com que estes candidatos se apresentam ao concurso é a do exame ou exames que são exigidos pelos cursos como prova de ingresso. Nesta 2ª fase entraram 212 pela via dos cursos de educação e formação de adultos, um número que tem subido face aos anos anteriores.

Apesar de todos estes alunos – do ensino regular e dos EFA – concorrerem com pontos de partida distintos, estes últimos nunca podem tirar lugar aos primeiros. Se as vagas não forem suficientes para todos os candidatos, são criados lugares adicionais para os alunos dos cursos de educação e formação de adultos.

26.09.2019 Expresso - ISABEL LEIRIA